Shein acusada de vender produtos com químicos perigosos

Substâncias tóxicas em níveis até 428 superiores aos permitidos foram encontradas em calçado de criança, bolsas e cintos vendidos pela gigante chinesa de fast fashion. A Shein já veio a público dizer que tomará medidas.

As autoridades de Seul, capital da Coreia do Sul, revelaram que produtos vendidos pela gigante do comércio online Shein contêm níveis tóxicos de substâncias em quantidades centenas de vezes acima dos níveis aceitáveis. Esta descoberta surge na sequência de uma série de inspeções semanais realizadas desde abril, com o objetivo de garantir a segurança dos produtos vendidos por plataformas como a Shein, a Temu e a AliExpress.

No mais recente ciclo de inspeções, foram selecionados oito produtos vendidos pela Shein, incluindo sapatos de criança, malas de couro e um cinto. As análises revelaram que vários destes itens continham níveis elevados de ftalatos. Um par de sapatos apresentou níveis de ftalatos 428 vezes superiores ao permitido, sendo o valor mais alto observado até agora durante as inspeções de Seul. Três malas continham quantidades até 153 vezes acima do limite aceitável.

Os ftalatos são amplamente utilizados em milhares de produtos, desde recipientes e produtos de beleza até brinquedos. No entanto, estas substâncias são conhecidas há décadas por causarem desregulação hormonal e estão associadas a obesidade, doenças cardíacas, alguns tipos de cancro e problemas de fertilidade.
Park Sang-jin, um funcionário da cidade de Seul, indicou à Agence France-Presse (AFP) que foi solicitada a remoção desses produtos do mercado. Desde o início das inspeções, a maioria das plataformas tem cumprido com estas solicitações.

Ao Just Style, um porta-voz da Shein afiançou que a empresa leva a segurança do produto muito a sério. «Os nossos fornecedores são obrigados a cumprir os controlos e padrões que estabelecemos e trabalhamos em estreita colaboração com agências internacionais de testes, como a Intertek, a SGS, a BV e TUV, para realizar testes regularmente para garantir a conformidade dos fornecedores com os nossos padrões de segurança de produto», justificou.

A Shein explicou que no ano passado realizou mais de 400.000 testes de segurança química com essas entidades. «Ao tomar conhecimento de qualquer reclamação contra os nossos produtos, removemos imediatamente o(s) produto(s) do nosso site por uma questão de cautela, enquanto conduzimos as nossas investigações. Se for verificada uma não conformidade, não hesitaremos em tomar as medidas de acompanhamento adequadas junto do fornecedor do referido produto. A Shein dedica-se a sempre fornecer aos consumidores produtos seguros e fiáveis», acrescentou o porta-voz.

Até agora, as autoridades de Seul inspecionaram 93 produtos, encontrando substâncias tóxicas em quase metade deles, em artigos que incluem também relógios infantis e lápis de cor.
No mês passado, a União Europeia adicionou a Shein, que poderá ser cotada na Bolsa de Valores de Londres, à lista de empresas digitais que devem cumprir regras de segurança mais rigorosas, incluindo medidas para proteger os consumidores de produtos inseguros, especialmente aqueles que podem ser prejudiciais para menores.

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Portugal Textil
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