Moda apoia iniciativa de circularidade

H&M, Primark e Zalando são algumas das retalhistas que já manifestaram o seu apoio à iniciativa The Fashion ReModel, da Fundação Ellen MacArthur, que tem como objetivo fazer com que os negócios circulares sejam a nova norma.

A The Fashion ReModel Initiative, que foi lançada na Global Fashion Summit, em Copenhaga, explora formas de ganhar dinheiro sem produzir vestuário novo, procurando avançar com modelos de negócios circulares.

Arc’teryx, Arket, Cos, H&M, Primark, Reformation, Weekday e Zalando estão entre as primeiras participantes no projeto de demonstração liderado pela Fundação Ellen MacArthur. A iniciativa vai identificar soluções e ultrapassar desafios para começar a dissociar as receitas da produção de novas peças de vestuário, avançando na jornada de longo prazo para tornar economia circular para a moda numa realidade.

Segundo a Fundação Ellen MacArthur, a indústria da moda de hoje opera em grande parte num modelo de «tirar-fazer-desperdiçar», o que significa que milhões de toneladas de peças de roupa são produzidas, usadas e descartadas todos os anos. A produção de vestuário continua a crescer, com 100 mil milhões de vestuário novo a ser colocado no mercado a cada ano, sendo que toneladas de vestuário acabam em aterros ou são incinerados.

Os modelos de negócio circulares, incluindo aluguer, revenda, reparação e renovação, permitem manter os produtos no mercado. Um estudo recente da Fundação Ellen MacArthur estima que este tipo de negócio poderá representar, até 2030, 23% do mercado mundial da moda, representando uma oportunidade de 700 mil milhões de dólares.

A Fundação – que assume como missão acelerar a transição para uma economia circular – espera que o projeto seja o ponto de partida para transformar a forma como os negócios são feitos com o apoio dos decisores políticos da moda.

«Através de sua participação no The Fashion ReModel, este grupo de organizações está a dar o próximo passo no caminho em direção a uma economia circular para a moda», afirma Jules Lennon, diretora de moda da Fundação Ellen MacArthur. «Para desafiar os modelos lineares convencionais e criar um novo normal, as marcas devem dissociar a receita da produção, acelerando os esforços para redesenhar os produtos do futuro, bem como repensar os serviços e modelos de negócios que os entregam aos clientes e os mantêm em uso», acrescenta, sublinhando que «a indústria da moda está enraizada na reinvenção e saudamos as ações lideradas pelas empresas em direção a um mundo onde, em vez de serem usadas uma vez e descartadas, as peças de roupa possam ser usadas muito mais vezes e passar na vida de mais pessoas».

«Estamos ansiosos por trabalhar novamente com a Fundação Ellen MacArthur. O Jeans Redesign [uma iniciativa que decorreu de 2019 a 2023] levou-nos a explorar o que o design circular poderia significar para a nossa variedade de produtos e agora a Fashion ReModel está pronta para fazer o mesmo com modelos de negócios circulares. A oportunidade apresentada pela dissociação do crescimento da indústria da moda da utilização de recursos é enorme e este projeto pode ajudar-nos a compreender melhor como dimensionar ainda mais estes modelos», sustenta Leyla Arthur, diretora de sustentabilidade do Grupo H&M.

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Portugal Textil
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