Os valores dos uniformes olímpicos

Com os olhos do mundo voltados para a cerimónia de abertura que irá decorrer nas margens do Sena, os uniformes dos atletas de mais de 200 países estarão em destaque, numa mostra centrada em valores como a identidade cultural e inclusão.

A partir de hoje, e até 11 de agosto, cerca de 10.500 atletas em 32 modalidades irão competir para chegar ao pódio dos Jogos Olímpicos, que este ano se realizam em Paris. Na indústria da moda, a competição para vestir estes mesmos atletas começou há muitos meses, mas os resultados só hoje serão verdadeiramente revelados ao mundo, apesar das apresentações individuais realizadas anteriormente.

No caso de Portugal, a Decenio anunciou há cerca de um ano a renovação da parceria com o Comité Olímpico Português, tendo feito uma apresentação dos trajes, inspirados nos tradicionais lenços dos namorados, no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, em maio, que foram envergados pelos atletas na receção pelo Presidente da República no início deste mês.

A marca, contudo, reservou uma surpresa para a cerimónia de hoje, com trajes especiais bordados à mão para os porta-estandartes Ana Cabecinha e Fernando Pimenta.

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Presidência da República Portuguesa

«A Decenio desenhou-os exclusivamente para este dia e contou com a colaboração da Cooperativa Aliança Artesanal de Vila Verde, que bordou à mão, ao longo de dois meses, os looks compostos por vestido, blazer e panamá para a marchadora, e blazer, calção e panamá para o canoísta», explica a marca em comunicado.

O que vão vestir os atletas dos outros países

No caso do Canadá, a marca Lululemon, pela segunda vez responsável pelos uniformes dos atletas canadianos, focou-se na inclusividade e adaptabilidade.

Entre as inovações, destacam-se as “calças de carpinteiro” para atletas em cadeiras de rodas, com bolsos nos joelhos para fácil acesso aos telemóveis. Além disso, para combater o calor parisiense, os uniformes foram desenhados com ventilação especial.

Stella Jean, uma designer ítalo-haitiana, criou os uniformes da equipa haitiana com uma abordagem que vai além da estética. A designer colaborou com o artista haitiano Philippe Dodard para incorporar pinturas vibrantes nos trajes formais, utilizando tecidos sustentáveis. Stella Jean enfatiza a importância de os atletas haitianos serem vistos como embaixadores de esperança, representando o país numa luz positiva num contexto onde têm sido habituais notícias de turbulência política e desastres naturais.

Pelo nono ano consecutivo, Ralph Lauren veste a equipa dos EUA. Para a cerimónia de abertura, os atletas usarão blazers azul-marinho personalizados com jeans azuis, refletindo o estilo clássico americano. Para a cerimónia de encerramento, o designer optou por jeans brancos e casacos nas cores da bandeira americana, criando um look mais gráfico e divertido.

Já o designer indiano Tarun Tahiliani combinou elementos tradicionais com uma sensibilidade moderna para os uniformes da Índia. Os homens usarão kurtas e bundis, enquanto as mulheres se destacarão em saris, com bordados nas cores da bandeira nacional. O designer destacou a importância de criar roupas que empoderem os atletas a representar a Índia com orgulho e confiança.

Os atletas italianos, por seu lado, serão vestidos pela Emporio Armani, mantendo a tradição desde 2012. Os fatos de treino terão a inscrição “W Italia” e os trajes incluem um toque especial com o hino nacional impresso no interior das golas.

A marca britânica Ben Sherman, conhecida pelo vestuário masculino, criou os uniformes para a Grã-Bretanha com um motivo floral que representa a união das quatro nações: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. O design incorpora uma rosa, um cardo, um narciso e um trevo, simbolizando a identidade única e a história rica de cada nação.

Os atletas sul-coreanos usarão uniformes inspirados no símbolo nacional “taegeuk” e nos trigramas da bandeira. Os uniformes, produzidos pela Youngone Outdoor Co., incluem elementos como a água em estilo de pintura a aguarela e um cinto vermelho. Para as cerimónias de abertura e encerramento, a Musinsa Standard desenhou uniformes azul-claro com forros gravados com desenhos tradicionais de porcelana branca e azul.

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Portugal Textil
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