Portugal é o 17º país com mais pedidos de patente com origem académica na Europa

Em Portugal, 39 instituições submeteram pelo menos um pedido de patente à OEP entre 2000 e 2020. O estudo reforça o papel das universidades no registo de patentes no país, com a Universidade do Porto a liderar o número de pedidos.

A investigação universitária continua a ser um motor crucial de inovação em áreas como vacinas, mRNA, ciência dos materiais e tecnologia laser. Segundo um novo relatório publicado hoje pela Organização Europeia de Patentes (OEP), os pedidos de patentes originários de universidades europeias têm vindo a crescer nas últimas duas décadas, representando atualmente 10,2% de todos os pedidos de patente submetidos por requerentes europeus à OEP.

Em Portugal, o impacto das universidades é ainda mais acentuado. As patentes com origem académica representam 34,2% de todos os pedidos de patente europeia feitos por requerentes portugueses entre 2000 e 2020. O relatório destaca a liderança da Universidade do Porto no número de pedidos de patente (207), seguida pela Universidade Nova de Lisboa (155), Universidade de Lisboa (148), Universidade do Minho (131) e pelo Instituto Superior Técnico (115).

O estudo, o primeiro a fazer uma análise exaustiva das patentes provenientes de universidades europeias, baseia-se em dados de 1.200 instituições que submeteram pedidos de patente à OEP entre 2000 e 2020. Além das patentes diretamente submetidas pelas universidades, o relatório também examina pedidos “indiretos”, feitos por outras entidades que designam académicos ou investigadores universitários como inventores.

Portugal e o cenário europeu de patentes académicas

A nível europeu, Alemanha, França, Reino Unido e Itália lideram no número total de patentes académicas, enquanto Portugal ocupa a 17.ª posição. As universidades portuguesas são responsáveis por 0,76% das patentes académicas europeias, totalizando 818 pedidos de patente no período analisado.

Em Portugal, 39 instituições submeteram pelo menos um pedido de patente à OEP entre 2000 e 2020. O estudo reforça o papel das universidades no registo de patentes no país, com a Universidade do Porto a liderar o número de pedidos.

Desafios e oportunidades para a colaboração europeia

Apesar do crescimento nos pedidos de patentes, o estudo revela que dois terços dos pedidos com origem universitária são feitos por outras entidades, como empresas, sendo que pequenas e médias empresas representam 30% desses pedidos. Nos últimos 20 anos, o número de patentes diretamente submetidas por universidades aumentou significativamente, passando de 24% em 2000 para 45% em 2019, refletindo uma mudança importante na forma como as instituições gerem a propriedade intelectual.

O relatório identifica ainda a necessidade de uma maior colaboração transfronteiriça na Europa, uma vez que muitas universidades ainda limitam as suas parcerias a entidades do mesmo país.

Aproximar universidades e investidores com a ferramenta Deep Tech Finder

A OEP anunciou igualmente a atualização da ferramenta gratuita Deep Tech Finder, que agora abrange cerca de 900 universidades e mais de 1.500 startups associadas a universidades. Esta plataforma online gratuita permite que investidores identifiquem facilmente patentes universitárias e empresas spin-off, promovendo uma maior interação entre o meio académico e a comunidade de investidores, essencial para o sucesso das invenções académicas no mercado.

Sursa
Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)
Fotografie
Organização Europeia de Patentes (OEP)