O EUIPO lançou o primeiro estudo sobre influenciadores e PI

O Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO) publicou o estudo «Influencers and IP», que analisa, pela primeira vez, a forma como os criadores de conteúdos digitais da União Europeia (UE) compreendem e lidam com a propriedade intelectual (PI).

O estudo compilou a perspetivas de 300 influenciadores ativos no Instagram, TikTok e YouTube, dos 27 Estados-Membros da UE. Influenciadores e criadores de conteúdos nas redes sociais têm atualmente um importante, e crescente na definição de atitudes, comportamentos e padrões de consumo dos cidadãos europeus e, em particular, dos mais jovens.

De acordo com as principais conclusões deste estudo, os influenciadores que possuem direitos de PI registados estão significativamente mais avançados em termos profissionais e de empreendedorismo. Mais de metade (55%) tem a sua própria marca e um terço (33%) gere uma loja online. Em comparação, entre as pessoas sem direitos de PI registados, apenas 24% tem uma marca e apenas 14% tem uma loja online.

Outras das conclusões é a relutância na partilha de conteúdos sobre PI. Quase metade (48 %) dos inquiridos acredita que abordar a importância de respeitar a PI nos seus conteúdos não teria impacto no número de seguidores, 21 % não têm a certeza do efeito, 14 % antecipam um efeito positivo e 17 % esperam que tenha um impacto negativo. Ainda assim, 96 % dos influenciadores sentem-se total ou parcialmente responsáveis pelo impacto dos seus conteúdos promocionais na sua audiência e 97 % estão plena ou parcialmente conscientes de que a aprovação de produtos ou conteúdos não oficiais pode constituir um risco para o bem-estar dos seus seguidores.

Outro dos dados revelados tem a ver com a utilização de Inteligência Artificial (IA) por parte de influenciadores digitais. De acordo com este documento, um em cada dois influenciadores (51%) usa ferramentas de IA para suas atividades. Metade dos influenciadores (47%) está preocupada com a possibilidade de o seu conteúdo ser alterado e reaproveitado pela IA em benefício de outros, enquanto dois terços (72%) estão cientes da possibilidade de que os resultados gerados pela IA possam infringir os direitos de PI existentes.

Outro dos dados mostra que a maioria dos influenciadores respeita a propriedade intelectual, com 94% a indicar que evitaram promover produtos falsificados e 93% indicam evitar conteúdo digital pirateado. Apenas 4-5% admite ter promovido, nos últimos 12 meses, bens ou conteúdos que violam a PI nos últimos 12 meses.

Consciente dos desafios que os influenciadores e criadores de conteúdos digitais enfrentam, o EUIPO está a apostar em ações de formação e campanhas sobre PI, para além de disponibilizar, juntamente com a Comissão Europeia, o Influencer Legal Hub, uma página que reúne vários recursos para apoiar influenciadores na proteção dos seus conteúdos através da PI.

O estudo foi lançado no mesmo em dia que decorreu no INPI o encontro sobre Criação de Conteúdos e a Propriedade Intelectual na Era Digital, organizado pelo EUIPO em parceria com o instituto português à margem da Web Summit, onde esteve presente o Diretor Executivo do EUIPO, João Negrão.

Fonte
INPI
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