Uniqlo acusa Shein de copiar a sua mini bolsa de sucesso

A campeã japonesa do pronto-a-vestir Uniqlo anunciou na terça-feira, 16 de janeiro, ter apresentado uma queixa no Japão contra a gigante chinesa da "moda ultra rápida" Shein, que acusa de ter copiado o formato de um dos seus principais produtos, uma mini bolsa de ombro redonda.

A Uniqlo pretende assim obter “uma cessação imediata das vendas” das mini bolsas da Shein, que se assemelham “estreitamente” ao seu próprio produto, segundo um comunicado publicado pela marca japonesa no seu site.
A empresa disse ainda à AFP que exigia cerca de 160 milhões de ienes (cerca de um milhão de euros) de indemnização, excluindo juros, e que não pretendia lançar procedimentos semelhantes fora do Japão neste momento.

A Uniqlo, que pertence à gigante japonesa Fast Retailing, apresentou uma queixa no dia 28 de dezembro no tribunal de Tóquio contra três operadoras da Shein: Roadget Business, Fashion Choice e Shein Japan.
De acordo com a marca japonesa, a venda daquilo a que chama de “produtos de imitação” por parte da Shein “mina significativamente o elevado nível de confiança dos clientes na qualidade da marca Uniqlo e dos seus produtos”.

Contactada pela AFP, a Shein não se mostrou imediatamente disponível para reagir às acusações da Uniqlo.
Lançada em 2022, a mini bolsa de ombro redonda da Uniqlo, um produto unissexo de nylon disponível em diversas cores, rapidamente se tornou um fenómeno na rede social TikTok e, desde então, faz imenso sucesso em todo o mundo, sendo considerada prática por um preço acessível: custa 1500 ienes no Japão, ou seja, 9,40 euros (14,90 euros em Portugal).

Fundada em 2008 na China e agora com sede em Singapura, a Shein conquistou o mercado mundial da fast-fashion nos últimos anos, com a rápida renovação das suas coleções a preços baixíssimos, e vende exclusivamente online, visando um público jovem e hiperconectado.

A Shein planeia tornar-se uma empresa cotada na Bolsa de Valores de Nova Iorque, segundo vários meios de comunicação americanos. No ano passado, a marca foi avaliada em 66 mil milhões de dólares.

Acusada de trabalho forçado e de incitação ao consumo excessivo e apontada pelo impacto ambiental dos seus produtos e pela falta de transparência na sua produção, a empresa Shein também atrai a ira dos defensores do ambiente e dos direitos humanos.

Em dezembro, o site de e-commerce chinês Temu também atacou a Shein perante os tribunais federais americanos, acusando-a de ter usado métodos “ao estilo da máfia” para impedir o seu desenvolvimento nos Estados Unidos.

Fonte
Women`s Wear Daily
Fotografia
Pickpik

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