É a primeira vez desde a criação da distinção, em 1999, que a Pantone escolhe um tom de branco. Entre o cinza, o azul e o branco, a cor quer "ser a calma e a paz num mundo barulhento".
O minimalismo já está a reformar-se, a febre do cinza já passou há quase uma década e as tendências de cores quentes e padrões está cada vez mais forte no design e na moda. Entretanto, a cor de 2026 Pantone é, afinal, um tom de branco. Chama-se Cloud Dancer e assemelha-se às tintas de parede preferidas dos decoradores escandinavos, num tom entre o cinza, o azul e o branco. A cor vem substituir o castanho cremoso do Mocha Mousse, a eleita no ano de 2025.
Desde 1999 que a Pantone anuncia a “cor do ano” no mês de dezembro, uma escolha feita por uma equipa de especialistas que tem a intenção de “chamar atenção para a relação entre a cultura e a cor”, diz a empresa. Entretanto, esta é a primeira vez que um tom de branco ganha a distinção.
Para Leatrice Eseman, diretora executiva do Pantone Color Institute, a escolha representa um quadro em branco que “se abre para novas aventuras e formas de pensar”, disse, citada pelo The Washington Post. “Esta é uma cor estrutural que vai bem com qualquer coisa, seja a misturar com cores vivas ou pastéis, sempre funciona”, disse também Laurie Pressman, vice-presidente do instituto. A escolha, explica a empresa, representa “calma e paz num mundo barulhento”.
“Não é um branco imaculado, não é um branco técnico, não é aquele branco que, se pensarmos, era aquele branco opticamente brilhante quando saímos da pandemia. Este é intencionalmente um branco mais suave, um branco que não foi branqueado, um branco com aparência muito natural”, diz Pressman, sobre a escolha inesperada. No site da marca já há uma série de produtos disponíveis — parcerias com marcas que vão desde a papelaria, passando por acessórios, peças de mobiliário e até plasticina.
Apesar do branco já não ser a tendência máxima na decoração e no design, a verdade é que os tons off-white têm dominado as red carpets das últimas galas de Hollywood, e esteve presente nas passerelles das semanas da moda mais recentes (como no look de Meghan na aparição surpresa para assistir Pierpaolo Picciolli estrear pela Balenciaga). No contexto político, a cor também parece refletir o desejo de paz depois de um ano intenso em conflitos mundiais. Neste caso a pretensão pode ser alta demais, mas, na “pior” das hipóteses, o Cloud Dancer mostra-se como um clássico elegante que nunca sai de moda e, como diz a Pantone, “vai bem com tudo”.