A Comissão Europeia indica ter negociado com a Zalando a remoção de certos rótulos e ícones que destacam a alegada sustentabilidade dos produtos correspondentes. Esta comunicação surge poucos dias após o Parlamento Europeu ter, por seu lado, lançado as bases para a regulamentação das alegações de marketing ambientais.
Os ícones foram considerados “enganosos em termos de sustentabilidade” pela Comissão, que indica ter discutido o assunto com a Zalando e as diferentes autoridades nacionais. “Tais alegações podem induzir os consumidores em erro quanto às características ambientais dos produtos”, afirmou a Comissão num comunicado de imprensa publicado a 2 de fevereiro.
As indicações gráficas criticadas, por vezes em forma de folha ou de árvore, serão retiradas pela Zalando até 15 de abril. O portal também se compromete a retirar o termo “sustentabilidade”, bem como outros qualificadores ligados à ecorresponsabilidade, para os substituir por informações mais precisas. “Por exemplo, uma percentagem da quantidade de materiais reciclados utilizados”, explica a Comissão.
O termo “sustentabilidade” também desaparecerá do filtro de pesquisa, enquanto a página “Sustentabilidade” será revista: passará a oferecer uma secção informativa sobre as normas dos produtos e uma segunda sobre a estratégia da Zalando em termos de sustentabilidade. O objetivo é que “as reivindicações ambientais da Zalando se baseiem em aspetos significativos para o meio ambiente”.
Esta comunicação da Comissão não é insignificante: a Zalando está no topo das vendas de vestuário online na Europa. Um mercado estimado em 122 mil milhões de euros pela Cross-Border Commerce Europe em 2022, enquanto a Shein e a Vinted seguem de perto o portal alemão. Antes da crise sanitária, a Zalando tinha implementado o seu programa do.More, destinado a desenvolver a oferta sustentável da empresa. O objetivo era atingir 25% de produção sustentável no volume de vendas até 2023.